Síndrome do ninho vazio sob a ótica de pais idosos[1]

Síndrome del nido vacío desde la óptica de padres ancianos

Jane Luiz Bernardo[2], Júlia Freire Bernhoeft[3], Laura Rayane de Lima Correia[4] y Suellen Rodrigues de Almeida[5]

Universidade Católica de Pernambuco y Especialização em Neuropsicologia (FAMEESP)

Resumo

Ao abor­dar a Sín­dro­me do Ninho Vazio, este arti­go obje­ti­va ana­li­sar como ela afe­ta emo­cio­nal­men­te os pais. Enquan­to meto­do­lo­gia, uti­li­zou-se de entre­vis­tas semi­es­tru­tu­ra­das, indi­vi­duais, com geni­to­res volun­tá­rios. Com o Ter­mo de Con­sen­ti­men­to Livre e Escla­re­ci­do devi­da­men­te assi­na­do, uti­li­zou-se de nomes fic­tí­cios, pre­ser­van­do a iden­ti­da­de dos entre­vis­ta­dos. As infor­mações cole­ta­das foram ana­li­sa­das seguin­do as nor­mas da Aná­li­se de Con­teú­do des­en­vol­vi­da por Mina­yo. Obser­va­ram-se difi­cul­da­des dos pais em se adap­ta­rem após saí­da dos filhos, demos­tran­do alte­rações emo­cio­nais e com­por­ta­men­tais, como per­tur­bações do sono, trans­torno depres­si­vo, sau­da­de e exces­so de preo­cu­pação. Em con­tra­par­ti­da, per­ce­beu-se uma apro­xi­mação afe­ti­va do casal, resul­tan­do em mais tem­po jun­tos e cui­da­do mútuo. Con­cluiu-se que a maio­ria dos pais não sou­be lidar com a situação. Entre­tan­to, o supor­te de pro­fis­sio­nais e de fami­lia­res aju­dou-os na super­ação, levan­do-os a apro­vei­tar o momen­to viven­cia­do.

Pala­vras-cha­ve: famí­lia, meia ida­de, rela­cio­na­men­to fami­liar.

Resumen

Al abor­dar el sín­dro­me del nido vacío, este artícu­lo tie­ne como obje­ti­vo ana­li­zar cómo afec­ta emo­cio­nal­men­te a los padres. Como meto­do­lo­gía, se uti­li­za­ron entre­vis­tas semi­es­truc­tu­ra­das, indi­vi­dua­les, con padres volun­ta­rios. Con el For­mu­la­rio de Con­sen­ti­mien­to Infor­ma­do debi­da­men­te fir­ma­do, se uti­li­za­ron nom­bres fic­ti­cios para pre­ser­var la iden­ti­dad de los entre­vis­ta­dos. La infor­ma­ción reco­pi­la­da fue ana­li­za­da siguien­do las nor­mas del Aná­li­sis de Con­te­ni­do desa­rro­lla­do por Mina­yo. Se obser­va­ron difi­cul­ta­des de los padres para adap­tar­se tras la sali­da de los hijos, mos­tran­do alte­ra­cio­nes emo­cio­na­les y com­por­ta­men­ta­les, como per­tur­ba­cio­nes del sue­ño, tras­torno depre­si­vo, nos­tal­gia y exce­so de preo­cu­pa­ción. En con­tra­po­si­ción, se per­ci­bió un acer­ca­mien­to afec­ti­vo de la pare­ja, resul­tan­do en más tiem­po jun­tos y cui­da­do mutuo. Se con­clu­yó que la mayo­ría de los padres no supo mane­jar la situa­ción. Sin embar­go, el apo­yo de pro­fe­sio­na­les y fami­lia­res les ayu­dó a supe­rar el momen­to vivi­do.

Pala­bras cla­ve: Fami­lia, Edad media, Rela­ción fami­liar.

Introdução

O rela­cio­na­men­to entre pais e filhos é, sem dúvi­das, um tema amplo e de fun­da­men­tal impor­tân­cia, já que é a par­tir do seio fami­liar que se tem a base de for­mação para o des­en­vol­vi­men­to e cres­ci­men­to daque­les que serão a futu­ra geração. Nem sem­pre essa relação pais-filhos é pací­fi­ca. Segun­do Maia (s/d):

os con­fli­tos na relação entre pais e filhos per­pas­sam gerações e são, des­de sem­pre, moti­vo de deba­tes e refle­xões entre pes­soas de todas as ida­des. A con­vi­vên­cia entre o adul­to e seu filho já ado­les­cen­te, por exem­plo, traz à tona uma série de ques­tio­na­men­tos que bus­cam solu­cio­nar os pro­ble­mas enfren­ta­dos na hora de edu­car, impor limi­tes e ao mes­mo tem­po, trans­for­mar tudo isso em uma relação de con­fia­nça e cum­pli­ci­da­de recí­pro­cas. (p. 3)

Pro­ble­mas como esses tor­nam-se ain­da mais sig­ni­fi­ca­ti­vos quan­do esses ado­les­cen­tes se tor­nam tam­bém adul­tos. Ao alca­nça­rem maior ida­de (ou mes­mo antes dis­so) mui­tos jovens bus­cam sua inde­pen­dên­cia (pes­soal e finan­cei­ra) e, ape­sar do for­te laço que os une a seus pais, sen­tem a neces­si­da­de de trilhar seus pró­prios caminhos. No entan­to, esse pro­ces­so pode ser mais dolo­ro­so do que espe­ra­do, prin­ci­pal­men­te para seus pro­ge­ni­to­res.

É nes­se momen­to, o da fase madu­ra, que se viven­cia no seio fami­liar a pos­si­bi­li­da­de do sur­gi­men­to do “ninho vazio”. A Sín­dro­me do Ninho Vazio (SNV), como ficou conhe­ci­da, oco­rre “quan­do a saí­da dos filhos é mar­ca­da por sofri­men­to per­ma­nen­te e con­tí­nuo dos pais ou de um dos côn­ju­ges” (Baliei­ro & Dona­to, 2013, s/p). Com­ple­men­tan­do esta for­ma de des­cre­ver a sín­dro­me, Sar­to­ri e Zil­ber­man (2009, 113) afir­mam que “é nes­sa fase que podem ser obser­va­dos sin­to­mas de depres­são, depen­dên­cia e deses­tru­tu­ração fami­liar, o que pode se enqua­drar à sín­dro­me do ninho vazio”. Seguin­do com o tema, Lemos (2021, O que e:, para. 1,2) acres­cen­ta que:

A sín­dro­me do ninho vazio é carac­te­ri­za­da por um sofri­men­to exces­si­vo asso­cia­do à per­da do papel da função dos pais, com a saí­da dos filhos de casa, quan­do vão estu­dar fora, quan­do se casam ou vão viver sozinhos.

Esta sín­dro­me pare­ce estar liga­da à cul­tu­ra, ou seja, em cul­tu­ras em que as pes­soas, prin­ci­pal­men­te as mulhe­res, se dedi­cam exclu­si­va­men­te à criação dos filhos, a sua saí­da de casa cau­sa mais sofri­men­to e sen­ti­men­to de soli­dão, em relação a cul­tu­ras onde as mulhe­res tra­balham e têm outras ati­vi­da­des na sua vida.

Con­cor­da­mos com Doni­da e Stef­fens (2018, s/p.) quan­do afir­mam que den­tro da estru­tu­ração fami­liar, é impor­tan­te tam­bém defi­nir de que for­ma as modi­fi­cações nas relações “aca­bam refle­tin­do no rela­cio­nan­do con­ju­gal, a pon­to de que em algu­mas situações, é pos­sí­vel veri­fi­car difi­cul­da­des no rela­cio­na­men­to, como tam­bém na modi­fi­cação dos inter­es­ses dos côn­ju­ges”.

Sil­va e Sil­va (2022), ao faze­rem refe­rên­cia ao mode­lo do ciclo vital de Duvall e Hill (1974), des­ta­cam a sex­ta fase, cha­ma­da “famí­lia como cen­tro de lança­men­to” que diz res­pei­to ao perío­do des­de a saí­da de casa do filho mais velho, até a saí­da do mais novo. A este res­pei­to, os auto­res cita­dos afir­mam que:

No perío­do da saí­da dos filhos, fase 6, os pais podem enca­rar a vida como um perío­do tris­te e de soli­dão pelo novo mode­lo fami­liar e a fal­ta dos filhos den­tro de casa. Algu­mas mães podem enca­rar a saí­da dos filhos como uma sen­sação de dever cum­pri­do, por outro lado algu­mas mães não se encon­tram pron­tas para a saí­da dos filhos de casa devi­do à ligação afe­ti­va mater­na. (Sil­va & Sil­va, 2022, p. 2)

A Sín­dro­me do Ninho Vazio é um tópi­co da psi­co­lo­gia da famí­lia que pos­sui fun­da­men­tal impor­tân­cia e que neces­si­ta ser dis­cu­ti­da em pro­fun­di­da­de, pois pode aca­rre­tar sérias con­se­quên­cias à dinâ­mi­ca fami­liar. Aoya­ma et al. (2019) sina­li­zam que o ninho vazio é um esta­do depres­si­vo que se mani­fes­ta em algu­mas pes­soas em um dado momen­to do seu ciclo de vida. Des­sa for­ma, pre­ci­sa ser com­preen­di­da como uma doe­nça crô­ni­ca, com várias for­mas de expres­são e que é influen­cia­da por vários fato­res, den­tre os quais, fato­res sociais, bio­ló­gi­cos e sub­je­ti­vos. Diz os auto­res:

A sau­da­de pode virar depres­são, cri­ses de ansie­da­de, angús­tia, pro­ble­ma psi­cos­so­má­ti­cos que antes não exis­tiam. A emoção pode ser trans­for­ma­da em dor. É comum as pes­soas trans­fe­ri­rem a ten­são do estres­se para o múscu­lo, nas cos­tas, e isso por mais que seja psi­co­ló­gi­co, cau­sa dor. E a dor é real. É uma fase com­pli­ca­da prin­ci­pal­men­te para mulhe­res que pas­sa­ram toda a sua vida dedi­can­do-se exclu­si­va­men­te aos filhos, quan­do eles vão embo­ra, elas per­dem o chão, sen­tem um vazio, uma per­da de si mes­ma. (Aoya­ma et al., 2019, p. 47)

Con­cor­da­mos com os auto­res aci­ma cita­dos, quan­do dizem que a sín­dro­me do ninho vazio pode tra­zer con­se­quên­cias preo­cu­pan­tes, o que pode afe­tar gran­de­men­te a con­ju­ga­li­da­de do casal, o seu dia a dia, suas roti­nas, o diá­lo­go e o bem-estar de ambos. Gonçal­ves (2018) segue o pen­sa­men­to aqui des­en­vol­vi­do e refo­rça que alguns sin­to­mas podem sur­gir duran­te esse pro­ces­so, como por exem­plo a depres­são, dis­túr­bios do sono, melan­co­lia, dis­túr­bios ali­men­ta­res, dimi­nuição da libi­do, rai­va den­tre outros:

No caso das mulhe­res já madu­ras, quan­do elas “per­dem” a com­panhia de seus filhos e estão enfren­tan­do as amar­gu­ras da tão temi­da meno­pau­sa, tudo pode ficar ain­da mais com­pli­ca­do.

Os filhos sain­do de casa na mes­ma épo­ca em que a mulher está nes­ta fase de transição ela pode­rá ficar ain­da mais vul­ne­rá­vel a con­tra­ir com mais inten­si­da­de a sín­dro­me do ninho vazio por­que é uma épo­ca em que qua­se todas as mulhe­res se sen­tem envelhe­ci­das, sem função repro­du­to­ra, com auto­es­ti­ma bai­xa e sua ima­gem refle­ti­da no espelho já não lhe agra­da mais, resul­tan­do em uma mulher emo­cio­nal­men­te aba­la­da:

Não dife­ren­te da mulher o homem tam­bém pas­sa por esta mes­ma difi­cul­da­de, a andro­pau­sa faz com que o homem se sin­ta apa­ren­te­men­te mais velho e mui­tas das vezes sua auto­es­ti­ma tam­bém está bai­xa inter­fe­rin­do em seu humor e em sua libi­do. Tudo fica­rá alte­ra­do e nas suas ati­tu­des do coti­diano ele tam­bém se sen­ti­rá emo­cio­nal­men­te aba­la­do. (Gonçal­ves, 2018, para. 5, 6, 8)

É impor­tan­te enten­der que a SNV, mui­tas vezes, pode che­gar de for­ma silen­cio­sa, afe­tan­do o casal ou ape­nas um deles. Para Sil­va e Sil­va (2022) ela pode ser expres­sa por meio de qua­dros de ansie­da­de, dores e outras mani­fes­tações bio­ló­gi­cas, mas que estão asso­cia­das a inde­pen­dên­cia dos filhos fren­te aos pais que, se não são ido­sos, estão na fase adul­ta. Tam­bém pode resul­tar em mor­te, incluin­do em fale­ci­men­to por con­ta do sui­cí­dio:

É de gran­de impor­tân­cia saber que não ape­nas mulhe­res, mas tam­bém os homens podem ser abar­ca­dos por esse pro­ble­ma (SNV). Dian­te de uma cul­tu­ra for­te­men­te fomen­ta­da pelos anseios de per­pe­tuação da domi­nân­cia patriar­cal, foi infe­ri­do de que ape­nas as mulhe­res deve­riam des­en­vol­ver um afe­to e demons­trar suas vul­ne­ra­bi­li­da­des emo­cio­nais, e de que os homens “não cho­ram.” (San­tia­go et. al., 2020, p. 6).

Ao se refe­rir a essa ideo­lo­gia de mas­cu­li­ni­da­de, San­tia­go et al. (2020) afir­mam que ela per­pe­tua o aumen­to nas taxas de sui­cí­dios entre homens, e cita o rela­tó­rio da Orga­ni­zação Mun­dial da Saú­de (OMS), quan­do se obser­va que as taxas de sui­cí­dio por homens são maio­res no Bra­sil (2020).

Con­cluin­do, deve-se levar em con­ta que a Sín­dro­me do Ninho Vazio pode atin­gir tan­to o homem quan­to a mulher, mas em dife­ren­tes inten­si­da­des. Nes­se caso, tan­to a per­so­na­li­da­de quan­to a sin­gu­la­ri­da­de de cada indi­ví­duo podem inter­fe­rir na carac­te­ri­zação de todo esse pro­ces­so.

Metodologia

A pes­qui­sa rea­li­za­da foi de natu­re­za qua­li­ta­ti­va, a qual, segun­do Mina­yo (2001, p. 14):

tra­balha com o uni­ver­so de sig­ni­fi­ca­dos, moti­vos, aspi­rações, cre­nças, valo­res e ati­tu­des, o que corres­pon­de a um espaço mais pro­fun­do das relações, dos pro­ces­sos e dos fenô­me­nos que não podem ser redu­zi­dos à ope­ra­cio­na­li­zação de variá­veis.

Participantes

Par­ti­ci­pa­ram da pes­qui­sa duas famí­lias, em que ape­nas o casal este­ve pre­sen­te. A escolha des­ses casais foi fei­ta a par­tir da situação viven­cia­da por ambos ou por ape­nas um deles. Uti­li­zou-se nomes fic­tí­cios para pre­ser­var o ano­ni­ma­to dos par­ti­ci­pan­tes.

Instrumento da Pesquisa

Foi uti­li­za­da a entre­vis­ta semi­es­tru­tu­ra­da, com rotei­ro pré­vio e duração média de 60minutos.

Procedimentos Éticos

Para a rea­li­zação da pes­qui­sa foram obe­de­ci­das as orien­tações da Reso­lução 510/16, da Comis­são Nacio­nal de Éti­ca em Pes­qui­sa. A Reso­lução visa asse­gu­rar os direi­tos e deve­res que dizem res­pei­to à Comu­ni­da­de cien­tí­fi­ca, aos sujei­tos da pes­qui­sa e ao Esta­do.

Procedimentos para a Coleta dos Dados

Ini­cial­men­te as pes­qui­sa­do­ras con­ver­sa­vam sobre a pes­qui­sa, com o casal. Ao acei­tar par­ti­ci­par, eles assi­na­vam o Ter­mo de Con­sen­ti­men­to Livre e Escla­re­ci­do ‑TCLE. Só então, a entre­vis­ta era ini­cia­da.

Análise das entrevistas

As entre­vis­tas foram ana­li­sa­das segun­do Mina­yo (1999) e segui­ram cin­co pas­sos: trans­crição, lei­tu­ra flu­tuan­te, pré-aná­li­se, aná­li­se e sín­te­se. Os dados cole­ta­dos foram essen­ciais para que as pes­qui­sa­do­ras tomas­sem conhe­ci­men­to dos sinais e sin­to­mas da Sín­dro­me do Ninho Vazio. É impor­tan­te res­sal­tar que se uti­li­zou, para a aná­li­se, nomes fic­tí­cios visan­do pre­ser­var a iden­ti­da­de dos par­ti­ci­pan­tes.

Foram cria­das três uni­da­des de sen­ti­do: con­se­quên­cias emo­cio­nais gera­das nos pais após a sepa­ração dos filhos; a con­ju­ga­li­da­de após sepa­ração dos filhos e relação paren­tal após a saí­da dos filhos.

Ouvindo os Casais

Tabela 1
Análise da primeira unidade de sentido
Uni­da­de de Sen­ti­do Comen­tá­rios E Res­pos­tas
sequên­cias emo­cio­nais gera­das nos pais após a sepa­ração dos filhos. “Eu nun­ca me pre­pa­rei. Vou falar a ver­da­de para vocês. Nun­ca pen­sei que ela fos­se para tão lon­ge. Eu sabia que ela ia casar, que ela ia sair de casa […] eu fiquei assim per­tur­ba­da, eu não dizia nada a nin­guém, mas tinha hora que eu fica­va pen­san­do, está enten­den­do? Mas depois eu fui con­tor­nan­do e acei­tan­do. Uma pes­soa dis­se assim: Vera, os filhos nas­cem para isso. Mas, no começo não é bom não.” (Vera).

“A saí­da da Môni­ca para o casa­men­to não foi tão com­pli­ca­da. Com­pli­ca­do foi a saí­da do Miguel, um ano seis meses, qua­se que eu entro em depres­são, aí eu sofri. Sofri isso por­que eu sem­pre tira­va duas tar­des por sema­na para estar com ele. Era mui­to ape­ga­do, então aí foi um pas­sa­rinho que voou e afe­tou mui­to assim até um ano, mais ou menos. Até hoje, mas no começo não foi fácil, enten­deu? ” (Lucas).

“É eu. Eu acho que foi mui­to tran­qui­lo assim, pelo menos para mim, a gen­te, o homem, a gen­te nor­mal­men­te está fora, no caso de minha espo­sa, ela tra­balha em casa, né? Ela é arte­sã e tem o ate­liê dela em casa, então ela con­vi­via num pro­ces­so com os meni­nos, tan­to de cria­nça, como depois mais adul­to, ape­sar de que a vida é mui­to corri­da, deles, né? Depois que entram na esco­la e facul­da­de e etc. Então, basi­ca­men­te, a gen­te nes­se, nes­se, nes­sa con­jun­tu­ra de estu­dar, tra­balhar basi­ca­men­te” (Seve­rino).

“Para mim foi mui­to difí­cil, tá? Para mim foi bem difí­cil por­que […]foi o perío­do que eu esta­va entran­do em meno­pau­sa. Então eu esta­va assim, esta­va mui­to estranha […] eu não. Não esta­va con­se­guin­do lidar, né? Mas foi acom­panha­da por um médi­co. Tudo hoje, graças a Deus, está tran­qui­lo, tem aí dos momen­tos assim, mas é aque­la coi­sa, você res­pi­ra, né? Segu­ra… […] A médi­ca expli­cou que essa muda­nça hor­mo­nal é… Agi­ta a gen­te, né? […] então foi a par­te emo­cio­nal mui­to for­te, mas depois que você enten­de que foi ques­tão tam­bém hor­mo­nal, tudo você apren­de a lidar isso. Enfim, o conhe­ci­men­to vai aju­dan­do, né? Então foi tudo nes­se… nes­se pro­ces­so aí eu cho­ra­va mui­to […]” (Lucia).

Observação. Fonte: construção própria a partir das entrevistas.

Na entre­vis­ta, é per­cep­tí­vel as dife­ren­tes for­mas que cada famí­lia viven­ciou a saí­da dos filhos de casa, pois mes­mo ten­do cons­ciên­cia que esse fato iria oco­rrer, alguns não sou­be­ram lidar direi­to com essa fase de adap­tação do novo ciclo de sua vida. Uns tive­ram sen­ti­men­to de medo, de ficar só, per­tur­bação, como foi o caso da Vera: “eu fiquei assim per­tur­ba­da, eu não dizia nada a nin­guém, mas tinha hora que eu fica­va pen­san­do, está enten­den­do? ” Enquan­to outros sou­be­ram lidar de uma manei­ra mais fácil, já que pas­sa­vam mais tem­po fora e tra­balhan­do, como foi o caso de Seve­rino: “É eu. Eu acho que foi mui­to tran­qui­lo assim, pelo menos para mim, a gen­te, o homem, a gen­te nor­mal­men­te está fora”. Por­tan­to, per­ce­be-se que cada um dos côn­ju­ges lida com as muda­nças da vida de acor­do com a sua sub­je­ti­vi­da­de e sua for­ma de ver o mun­do, por isso, mes­mo que vários casais pas­sem pela mes­ma situação, cada um irá res­pon­der a ela de acor­do com a sua sin­gu­la­ri­da­de.

Segun­do Sar­to­ri e Zil­ber­man (2009, p. 114), “a Sín­dro­me do Ninho Vazio e outros even­tos con­tri­bui­riam para des­en­ca­dear a depres­são em mulhe­res com outros fato­res de vul­ne­ra­bi­li­da­de, ou seja, a SNV seria um gatilho para a depres­são nes­sas mulhe­res, mas não neces­sa­ria­men­te a cau­sa.” Assim, nos dis­cur­sos das mães, pode­mos notar um sofri­men­to mais sig­ni­fi­ca­ti­vo, pois a fase que elas esta­vam viven­do, reve­lou outras difi­cul­da­des, como a meno­pau­sa, que con­tri­buiu dire­ta­men­te para que elas tives­sem o seu esta­do emo­cio­nal mais aba­la­do. Não que os homens não sofres­sem, mas como o autor comen­ta, as mulhe­res têm um sofri­men­to maior cau­sa­do pelas muda­nças hor­mo­nais que estão impos­tas em suas vidas, che­gan­do a momen­tos de não saber lidar com tan­tas modi­fi­cações que estão oco­rren­do ao mes­mo tem­po com suas men­tes e cor­pos.

O esta­do emo­cio­nal dos pais e a dinâ­mi­ca da cons­trução do papel paren­tal, irão influen­ciar sig­ni­fi­ca­ti­va­men­te nes­se momen­to de transição que é a saí­da dos filhos. Des­sa for­ma, a con­dição de lidar ou não com a nova fase da vida dos filhos é sin­gu­lar, quan­do se leva em con­si­de­ração que have­rá uma nova roti­na na vida des­ses pais que fica­ram com o seu ninho vazio. Con­cor­da­mos com Sil­va e Sil­va (2022, p. 27), quan­do eles enfa­ti­zam que:

a área de ate­nção Papel Paren­tal defi­ne-se pelos papéis fami­lia­res carac­te­ri­za­dos pelos padrões com­por­ta­men­tais dos ele­men­tos da famí­lia em relação às expec­ta­ti­vas e cre­nças face ao papel resul­tan­te do mode­lo fun­cio­nal do sis­te­ma, e dos fato­res cul­tu­rais a ele sub­ja­cen­te.

Nas famí­lias entre­vis­ta­das, os padrões com­por­ta­men­tais rela­cio­na­dos à função paren­tal esta­vam bem defi­ni­dos. Com exceção de um casal – Lucas e Vera – a mulher cui­da dos filhos e o homem tra­balha. No entan­to, na saí­da dos filhos de casa, cada um dos casais entre­vis­ta­dos par­tilha­ram sen­ti­men­tos dife­ren­cia­dos.

Fazen­do uma aná­li­se dos sen­ti­men­tos que os casais rela­ta­ram, per­ce­be-se que, prin­ci­pal­men­te as mulhe­res, mas tam­bém o caso de um homem (pai), apre­sen­ta­ram fal­ta de adap­tação à saí­da dos filhos, porém, com o auxí­lio do côn­ju­ge e de médi­co, a acei­tação do ninho vazio foi sen­do cons­truí­da com o pas­sar do tem­po. A bus­ca por melhor conhe­ci­men­to sobre essa nova fase de suas vidas con­tri­buiu para lidar com as emoções ali pre­sen­tes.

Tabela 2.
Análise da segunda unidade de sentido
Uni­da­de de Sen­ti­do Comen­tá­rios E Res­pos­tas
A con­ju­ga­li­da­de após sepa­ração dos filhos “É depois que elas foram embo­ra […]a gen­te ago­ra é assim, vai para o ban­co, vão os dois, fazer com­pra, vão os dois. Então um é para fazer com­panhia ao outro. Vamos embo­ra andar, por­que a men­te vazia é ofi­ci­na do dia­bo. Todo dia eu faço uma hora de caminha­da. A gen­te não tinha mui­to tem­po para con­ver­sar, por­que eu tra­balha­va e ele fica­va com elas. […] E assim a gen­te ago­ra tem mais tem­po de ficar… de ficar jun­to, por­que elas foram embo­ra, né? E o tem­po da gen­te é assim vai via­jar os dois jun­tos. Temos mais tem­po para con­ver­sar, tem que recu­pe­rar o tem­po, né? “(Vera)

“[…]Então, depois da saí­da das meni­nas de casa, a nos­sa vida con­ti­nuou a mes­ma e a gen­te até pas­sou a ficar mais per­to um do outro, por­que temos mais tem­po um para o outro, né? E Deus nos abe­nçoan­do até che­gar aqui, onde nós esta­mos ago­ra em um Paraí­so na Terra.”(Lucas)

”A gen­te ficou mais à von­ta­de, vamos dizer assim, […] A gen­te sen­ta para assis­tir um fil­me, não tem pro­ble­ma com horá­rio… há mui­tas vezes… a for­ma que a gen­te está ves­ti­da em casa tam­bém fecham as por­tas, Só tem nós dois, aí fica mais à vontade.”(Lucia)

[…]o fato de tra­balhar em home Offi­ce tam­bém a tem uma apro­xi­mação do estar mais em casa e tal, e aí é aju­dou tam­bém nes­se… no sen­ti­do da con­vi­vên­cia, da con­jun­tu­ra dela. E todo o pro­ces­so que ela já falou aqui esta­va, esta­va pas­san­do tal, né? Isso aí… é… tam­bém cola­bo­rou tam­bém na con­jun­tu­ra de for­ma pós, né? Ao lon­go da pan­de­mia, tam­bém. “(Seve­rino)

Observação. Fonte: construção própria a partir das entrevistas.

As res­pos­tas dos casais com relação a como ficou a sua con­ju­ga­li­da­de após a saí­da dos filhos foram: ago­ra a gen­te tem mais tem­po de ficar jun­tos e fica­mos mais à von­ta­de, refe­rin­do-se ao momen­to de maior com­panhei­ris­mo, pois o tem­po que antes era dedi­ca­do a criação dos filhos, hoje pas­sou a ser a deles, de manei­ra com­ple­ta. Assim, uma nova fase foi sen­do impos­ta à vida dos casais, como: momen­tos de lazer, reso­lução de pro­ble­mas jun­tos e con­ver­sas que antes não esta­vam tão pre­sen­tes em suas vidas. Esse fato corro­bo­ra com o que Sil­va e Sil­va (2022, p.23) falam sobre essa fase do casal ao viven­cia­rem o ninho vazio: “O ninho vazio, na sua ver­ten­te trans­for­ma­do­ra, pode ser emo­cio­nan­te para o casal tor­nan­do-se uma transição enri­que­ce­do­ra, pro­du­ti­va e cria­ti­va, reavi­van­do o rela­cio­na­men­to com o par­cei­ro”. Ou seja, a for­ma como apro­vei­ta­ram seus momen­tos entre eles, ser­vi­rá para rea­li­zar uma cone­xão e apro­vei­ta­men­to des­se tem­po livre que eles têm ago­ra, acen­den­do uma nova pers­pec­ti­va para esse novo ciclo.

Con­ti­nuan­do com a aná­li­se das falas dos casais, per­ce­be­mos que a con­ju­ga­li­da­de foi melho­ra­da, pois ago­ra além de esta­rem viven­do uma nova fase, estão apro­vei­tan­do e reacen­den­do as relações con­ju­gais. Essa situação é rele­van­te para eles, vis­to que nos momen­tos de difi­cul­da­de, por exem­plo, a saí­da dos filhos de suas casas, eles bus­ca­ram edi­fi­car a união, for­ta­le­cen­do o rela­cio­na­men­to com uma con­vi­vên­cia mais fre­quen­te, dura­dou­ra e pro­vei­to­sa.

Os fatos até aqui ana­li­sa­dos, tra­du­zem o pen­sa­men­to de Sar­to­ri (2009), quan­do ela rela­ta que exis­te uma melho­ra sig­ni­fi­ca­ti­va quan­do os filhos saem de casa, porém, ain­da assim, os pais bus­cam não per­der a sua função paren­tal, vis­to que eles man­têm uma relação pre­sen­te, aju­dam os filhos e netos quan­do eles pre­ci­sam de soco­rro. Isso foi vis­to na fala do Lucas, quan­do ele rela­ta que bus­ca­va estar pre­sen­te na vida do neto: “eu sem­pre tira­va duas tar­des por sema­na para estar com ele”. Como tam­bém aju­dar a sua filha no momen­to da criação do seu filho. Ou seja, mes­mo que cada um este­ja viven­do sua vida e ten­do sua casa, a relação entre pais, filhos e netos per­ma­ne­ce, para que o víncu­lo entre eles não se per­ca.

Tabela 3.
Análise da terceira unidade de sentido
Uni­da­de de Sen­ti­do Comen­tá­rios E Res­pos­tas
Relação paren­tal após a saí­da dos filhos “Des­de a par­ti­da da Maria para a Euro­pa. A nos­sa comu­ni­cação é diá­ria. A gen­te não pas­sa um dia sem se comu­ni­car. Pas­sei três meses com a Maria quan­do nas­ceu meu segun­do neto, por­que não tinha nin­guém a para aju­dá-la. […] A relação com a minhas filhas e meus gen­ros são boas. Os gen­ros são como filhos para nós, eles con­si­de­ram a gen­te como pais.”(Lucas)

“a gen­te está sem­pre se ven­do, não é lon­ge. Né? […] Então como a gen­te está basi­ca­men­te no mes­mo bai­rro, e basi­ca­men­te a gen­te ou está con­ver­san­do, nes­sa era Moder­na.” (Seve­rino)

Observação. Fonte: construção própria a partir das entrevistas.

Na fala dos pais, per­ce­be­mos que a relação paren­tal se tor­nou mais fir­me. A dis­tân­cia não pre­ju­di­cou a comu­ni­cação e o sen­ti­men­to de estar pre­sen­te na vida dos filhos. Isso é per­cep­tí­vel nas par­tilhas de Lucas, em que ele diz: “Des­de a par­ti­da de Maria para a Euro­pa a nos­sa comu­ni­cação é diá­ria. A gen­te não pas­sa um dia sem se comu­ni­car”. Assim, per­ce­be­mos na entre­vis­ta que a relação entre os pais e filhos é con­tí­nua, mes­mo que não seja de manei­ra pre­sen­te, mas eles bus­cam uti­li­zar outro meio de comu­ni­cação, como o celu­lar, para man­ter o víncu­lo, mes­mo que de manei­ra remo­ta, os paren­tes bus­cam des­em­penhar seus papeis.

Para redu­zir a sau­da­de dos filhos e acom­panhar o cres­ci­men­to dos netos, A video­con­fe­rên­cia foi uma ferra­men­ta impor­tan­te para per­ma­nên­cia dos laços entre eles. Des­sa for­ma, a tec­no­lo­gia foi um pon­to posi­ti­vo para aju­dar a atra­ves­sar essa fase do ninho vazio. De acor­do com Sil­va e Sil­va (2022, p. 29), “as famí­lias estão em bus­ca de uma nova for­ma de se adap­tar as muda­nças sociais”. Com isso, os laços fami­lia­res são for­ta­le­ci­dos pelos novos meios de comu­ni­cação que são implan­ta­dos social­men­te.

A inclu­são dos gen­ros na famí­lia é fun­da­men­tal na relação paren­tal, isso faci­li­ta a inter­ação entre os fami­lia­res. O entre­vis­ta­do Lucas dis­se: “Os gen­ros são como filhos para nós, eles con­si­de­ram a gen­te como pais”. Segun­do Sil­va e Sil­va (2022, p. 29) é cria­do um espaço de “relações recí­pro­cas”. Per­ce­be­mos na fala do Lucas que os víncu­los afe­ti­vos foram cons­truí­dos atra­vés dos momen­tos de encon­tros fami­lia­res pre­sen­cial e vir­tual.

Por­tan­to, pode­mos per­ce­ber em nos­sa aná­li­se que a sín­dro­me do ninho vazio é uma fase pre­sen­te em todo casal que tem filho, mas o que fica implí­ci­ta na refle­xão é a for­ma como cada indi­ví­duo, com sua sin­gu­la­ri­da­de, con­se­gue lidar com esse perío­do. Pois ele irá tra­zer muda­nças tan­to no âmbi­to indi­vi­dual. mexen­do com suas emoções e resul­tan­do em alte­rações hor­mo­nais, depres­são e ansie­da­de, quan­to da relação do casal, poden­do apri­mo­rar o víncu­lo e for­ta­le­ci­men­to da relação do casal.

Considerações finais

Com o obje­ti­vo de ana­li­sar a Sín­dro­me do Ninho Vazio e suas pos­sí­veis impli­cações no con­ví­vio entre os pais e a sepa­ração dos filhos, essa pes­qui­sa per­mi­tiu atra­vés de entre­vis­tas semi­di­ri­gi­da, per­ce­ber que a for­ma como os pais reagem a esse novo ciclo fami­liar, está impli­ca­da em um mix de emoções gera­das no deco­rrer do pro­ces­so de sepa­ração físi­ca dos filhos. Para alguns pais, a sín­dro­me do ninho vazio veio de manei­ra mais mar­can­te, com a pre­se­nça da depres­são e da meno­pau­sa nas mulhe­res. Para outros casais, ela che­gou de manei­ra mais tran­qui­la, pois os pais não apre­sen­ta­vam uma con­vi­vên­cia tão imbri­ca­da com os filhos para resul­tar em um impac­to maior em suas emoções, a par­tir des­sa nova fase.

Tam­bém foi per­ce­bi­do que a con­vi­vên­cia dos casais foi for­ta­le­ci­da. Eles con­se­gui­ram expan­dir seu tem­po com res­pon­sa­bi­li­da­des e lazer entre eles, pois o momen­to que era divi­di­do com os filhos, ago­ra pas­sou a ser com­par­tilha­do ape­nas com o casal. Des­se modo, eles inves­tem a relação com saí­das, con­ver­sas e ati­vi­da­des que não faziam par­te da sua roti­na.

Mos­trou ain­da, que a relação com os filhos, foi sen­do oti­mi­za­da atra­vés de outras con­fi­gu­rações de comu­ni­cação, como o celu­lar, pois a roti­na dos pais e filhos já não são mais as mes­mas. Com isso, outras for­mas de con­vi­vên­cia foram sen­do impos­tas a eles, tais como con­ver­sa via redes sociais, vídeo cha­ma­das e encon­tros nos fins de sema­na, pois o desejo deles, dos pais, era man­ter seus papeis paren­tais, mes­mo que de manei­ra vir­tual.

Como con­clu­são, com­preen­de-se que a manei­ra como os pais irão lidar com a saí­da dos filhos de sua casa para vive­rem suas vidas fora do ninho deles, oco­rre de manei­ra sin­gu­lar. As reações paren­tais irão oco­rrer de acor­do com as suas per­ce­pções de mun­do, como tam­bém de como foi cons­truí­da a relação entre pais e filhos.

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Notas

  1. Arti­go pro­du­zi­do a par­tir da pes­qui­sa ela­bo­ra­da na dis­ci­pli­na de Pes­qui­sa em Psi­co­lo­gia, do 5º Perío­do do Cur­so de Psi­co­lo­gia da Uni­ver­si­da­de Cató­li­ca de Per­nam­bu­co.
  2. Psi­co­lo­gia, Uni­ver­si­da­de Cató­li­ca de Per­nam­bu­co, Reci­fe, Bra­sil. Corres­pon­dên­cia: jane. 2021106039@unicap.br
  3. Corres­pon­dên­cia: julia. 2021106048@unicap.br
  4. Corres­pon­dên­cia: lau­ra. 2020207402@unicap.br
  5. Espe­cia­li­zação em Neu­ro­psi­co­lo­gia (FAMEESP). Corres­pon­dên­cia: suellen.2021170352@unicap.br