Produção de percepções sobre o movimento: contribuições da antiginástica e de mindfulness para a psicomotricidade Descargar este archivo (4. Produção de percepções sobre o movimento.pdf)

Alan David Evaristo Panizzi1, Celso Francisco Tondin2 e Ricardo Rezer3

Instituto Federal Santa Catarina – Câmpus Chapecó, Universidade Federal de São João del-Rei e
Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Resu­men

Este tra­ba­jo tema­ti­za la pro­duc­ción de per­cep­cio­nes sobre el movi­mien­to cor­po­ral basán­do­se en las con­tri­bu­cio­nes de la anti­gim­na­sia y del mind­ful­ness a la psi­co­mo­tri­ci­dad, tenien­do como obje­ti­vo refle­xio­nar sobre la posi­bi­li­dad de pro­duc­ción de per­cep­cio­nes “más finas” sobre el cuer­po. Se tra­ta de un estu­dio teó­ri­co que par­te del cam­po de inte­rés de la psi­co­mo­tri­ci­dad y pro­po­ne una inte­gra­ción con la pro­pues­ta de feed­back cor­po­ral, cono­ci­da como anti­gim­na­sia (Thé­rè­se Berthe­rat), y la expe­rien­cia medi­ta­ti­va deno­mi­na­da mind­ful­ness (Jon Kabat-Zinn). La anti­gim­na­sia per­mi­te ampliar la capa­ci­dad de cone­xión con sen­ti­dos, pues movi­li­za las fibras mus­cu­la­res para gene­rar com­po­si­cio­nes armó­ni­cas dura­de­ras. mind­ful­ness amplía el “modo ser”, gene­ran­do una con­di­ción huma­na más sen­si­ble y fle­xi­ble fren­te a las emo­cio­nes inten­sas. Las tres expe­rien­cias refe­ri­das per­mi­ten “refi­nar” las per­cep­cio­nes cor­po­ra­les para expan­dir las posi­bi­li­da­des de res­pues­tas emo­cio­na­les y com­por­ta­men­ta­les y cons­ti­tu­yen esté­ti­cas pau­ta­das en la cons­truc­ción de sen­si­bi­li­da­des sobre el pro­pio movi­mien­to, bus­can­do hacer del cuer­po una vivien­da aco­ge­do­ra.

Pala­bras cla­ve: psi­co­mo­tri­ci­dad, anti­gim­na­sia, mind­ful­ness, cuer­po, movi­mien­to.

Resu­mo

Este tra­balho tema­ti­za a pro­dução de per­ce­pções sobre o movi­men­to cor­po­ral com base em con­tri­buições da anti­gi­nás­ti­ca e de mind­ful­ness para a psi­co­mo­tri­ci­da­de, ten­do como obje­ti­vo refle­tir sobre a pos­si­bi­li­da­de de pro­dução de per­ce­pções “mais finas” sobre o cor­po. Tra­ta-se de um estu­do teó­ri­co que par­te do cam­po de inter­es­se da psi­co­mo­tri­ci­da­de e pro­põe uma inte­gração com a pro­pos­ta de feed­back cor­po­ral, conhe­ci­da como anti­gi­nás­ti­ca (Thé­rè­se Berthe­rat), e a expe­riên­cia medi­ta­ti­va deno­mi­na­da mind­ful­ness (Jon Kabat-Zinn). A anti­gi­nás­ti­ca per­mi­te ampliar a capa­ci­da­de de cone­xão com sen­ti­dos, pois mobi­li­za as fibras mus­cu­la­res para gerar com­po­sições har­mô­ni­cas dura­dou­ras. mind­ful­ness amplia o “modo ser”, geran­do uma con­dição huma­na mais sen­sí­vel e fle­xí­vel dian­te das emoções inten­sas. As três expe­riên­cias refe­ri­das per­mi­tem “refi­nar” as per­ce­pções cor­po­rais para expan­dir as pos­si­bi­li­da­des de res­pos­tas emo­cio­nais e com­por­ta­men­tais e cons­ti­tuem esté­ti­cas pau­ta­das na cons­trução de sen­si­bi­li­da­des sobre o pró­prio movi­men­to, bus­can­do tor­nar o cor­po uma mora­dia acolhe­do­ra.

Pala­vras-cha­ve: Psi­co­mo­tri­ci­da­de, Anti­gi­nás­ti­ca, Mind­ful­ness, cor­po, movi­men­to.

Introdução: a psicomotricidade e a sensibilidade sobre o movimento

A psi­co­mo­tri­ci­da­de é uma área inter­dis­ci­pli­nar do conhe­ci­men­to um cam­po de inter­ve­nção, cujo obje­ti­vo é estu­dar e pos­si­bi­li­tar o des­en­vol­vi­men­to do ser humano por meio da inter-relação do movi­men­to, do inte­lec­to e do afe­to. Nes­se sen­ti­do, Perei­ra (2014) res­ga­ta que a eti­mo­lo­gia do ter­mo “psicomotricidade”compreende a junção da pala­vra psy­che (alma, em gre­go) e motor (movi­men­to, em latim). Seu cam­po de estu­do englo­ba, por­tan­to, as com­po­sições cor­po­rais per­mi­ti­das pela inte­gração supe­rior da motri­ci­da­de alca­nça­das pelos encon­tros entre cor­pos e des­tes com obje­tos, ao lon­go do ciclo vital.

O modo como o cor­po humano se inte­gra e “fun­cio­na” median­te movi­men­tos inten­cio­nais impli­ca em diver­sos atos expres­si­vos. Esses atos se mate­ria­li­zam atra­vés do con­ta­to de cada pes­soa com seu meio e são per­pas­sa­dos pela qua­li­da­de da cons­ciên­cia sobre seu cor­po e seus movi­men­tos.

Com base nes­sa ideia, Perei­ra (2014) defen­de a impor­tân­cia do pro­fis­sio­nal que tra­balha com a psi­co­mo­tri­ci­da­de não redu­zir sua ate­nção para a cons­ti­tuição orgâ­ni­ca do cor­po, como se as pato­lo­gias ou difi­cul­da­des psi­co­mo­to­ras tives­sem ori­gem exclu­si­va­men­te em fato­res endó­ge­nos. A inter­ve­nção psi­co­mo­to­ra pre­ci­sa con­si­de­rar, assim, que o cor­po e seus movi­men­tos assu­mem dife­ren­tes con­fi­gu­rações (mais ou menos fun­cio­nais) por meio do apren­di­za­do opor­tu­ni­za­do pelo con­ta­to dire­to com o outro, pela obser­vação e pelo efei­to das expe­riên­cias afe­ti­vas na pro­dução de deter­mi­na­do equi­lí­brio motor.

Esta auto­ra rela­ta que o psi­quia­tra e psi­có­lo­go fran­cês Ernest Dupré (1862–1921) foi o pri­mei­ro cien­tis­ta a empre­gar o ter­mo “psi­co­mo­tri­ci­da­de” em seus estu­dos sobre o equi­lí­brio motor e a pato­lo­gia asso­cia­da a essa pro­prie­da­de huma­na, então deno­mi­na­da “debi­li­da­de motriz”. Entre inúme­ras con­tri­buições, este estu­dio­so demons­trou a impor­tan­te relação da cons­ti­tuição afetiva/psicológica com as ano­ma­lias moto­ras.

É difí­cil con­tex­tua­li­zar a psi­co­mo­tri­ci­da­de sem men­cio­nar tam­bém os estu­dos do psi­có­lo­go fran­cês Henry Wallon (1879–1962) sobre o des­en­vol­vi­men­to infan­til e reedu­cação psi­co­mo­to­ra. Assim como Dupré, Wallon demons­trou em seus estu­dos a reci­pro­ci­da­de entre as funções psi­co­ló­gi­cas e moto­ras como prin­ci­pais res­pon­sá­veis pelas carac­te­rís­ti­cas do movi­men­to. Ambos os auto­res evi­den­ciam, por­tan­to, uma com­po­sição cor­po­ral per­pas­sa­da por expe­riên­cias e afe­tos (Perei­ra, 2014).

Na con­tem­po­ra­nei­da­de, Vitor da Fon­se­ca (2008) pro­põe uma abor­da­gem da psi­co­mo­tri­ci­da­de que con­si­de­re as relações e influên­cias reci­pro­cas e sis­tê­mi­cas entre o psi­quis­mo (sis­te­mas cog­ni­ti­vos) e a motri­ci­da­de, de modo que a motri­ci­da­de huma­na não pode ser com­preen­di­da em seus efei­tos extra-somá­ti­cos jus­ta­men­te por estar entre­laça­da com moti­vações e sig­ni­fi­cações. Para este autor, não é pos­sí­vel sepa­rar a motri­ci­da­de dos pro­ces­sos psi­co­ló­gi­cos que a inte­gram, repre­sen­tam, ela­bo­ram e execu­tam.

Enten­de-se, por­tan­to, que a pro­dução de sen­si­bi­li­da­des (uma per­ce­pção aguça­da) sobre o cor­po e seu sis­te­ma mus­cu­lar cons­ti­tui-se num cam­po de inter­es­se cen­tral da psi­co­mo­tri­ci­da­de. Pro­dução de sen­si­bi­li­da­des cor­po­rais cons­ti­tui, ain­da, o tema do pre­sen­te tra­balho. Tais sen­si­bi­li­da­des cons­ti­tuem via de trans­for­mação sobre os modos de cor­po­rar4 que podem ser mar­ca­dos, por exem­plo, pela este­reo­ti­pia e rigi­dez.

Refle­tir sobre a pro­dução de per­ce­pções “mais finas” sobre o cor­po e o movi­men­to (enquan­to cam­po de ate­nção da psi­co­mo­tri­ci­da­de) é o obje­ti­vo des­te arti­go. Para tan­to, ele vei­cu­la um estu­do teó­ri­co que par­te do cam­po de inter­es­se da psi­co­mo­tri­ci­da­de e pro­põe uma inte­gração com dois outros cam­pos teó­ri­cos: a pro­pos­ta de feed­back cor­po­ral, conhe­ci­da como anti­gi­nás­ti­ca, da fisio­te­ra­peu­ta fran­ce­sa Thé­rè­se Berthe­rat (1931–2014), e a expe­riên­cia medi­ta­ti­va deno­mi­na­da mind­ful­ness, ­pro­pos­ta pelo neu­ro­cien­tis­ta esta­du­ni­den­se Jon Kabat-Zinn (1944-).

Antiginástica e as experiências avançadas de feedback corporal

A anti­gi­nás­ti­ca pode ser des­cri­ta como uma expe­riên­cia de sen­si­bi­li­zação cor­po­ral vol­ta­da para os múscu­los pou­co requi­si­ta­dos em nos­so coti­diano. Na con­tra­mão dos espaços fit­ness, em voga na con­tem­po­ra­nei­da­de, ela pro­põe “sol­tar” tais múscu­los ao invés de os for­ta­le­cer. Embo­ra tenha sido ori­gi­nal­men­te des­en­vol­vi­da por Fra­nçoi­se Méziè­res, na Fra­nça, a anti­gi­nás­ti­ca assu­miu sua atual con­fi­gu­ração prin­ci­pal­men­te pelas con­tri­buições de Thé­rè­se Berthe­rat.

Mulher fran­ce­sa de clas­se média, Berthe­rat cur­sou fisio­te­ra­pia num momen­to bas­tan­te con­tur­ba­do de sua vida, pois seu espo­so, médi­co psi­quia­tra, havia sido assas­si­na­do por um pacien­te. Ela rela­ta que a bus­ca pela fisio­te­ra­pia cons­ti­tuía um desejo de vol­tar-se ao cor­po como um modo bas­tan­te pes­soal para supe­rar sua cri­se vital. Con­tu­do, des­cre­ve sua for­mação aca­dê­mi­ca como meca­ni­cis­ta e frag­men­ta­da, o que não lhe satis­fez.

Por esse moti­vo, apro­xi­ma-se de dife­ren­tes abor­da­gens tera­pêu­ti­cas, como a medi­ci­na chi­ne­sa, a Ges­talt-Tera­pia e a Psi­ca­ná­li­se. Sobre­tu­do, inter­es­sa-se de Berthe­rat pela teo­ria bio­ener­gé­ti­ca de Wilhelm Reich. Do inter­es­se por uma pers­pec­ti­va inte­gra­da de cor­po­rei­da­de e seu apro­fun­da­men­to nes­ses cam­pos do conhe­ci­men­to toma for­ma uma tera­pêu­ti­ca ori­gi­nal opos­ta ao embru­te­ci­men­to dos múscu­los: a anti­gi­nás­ti­ca.

A con­cei­tua­li­zação da anti­gi­nás­ti­ca foi ela­bo­ra­da ori­gi­nal­men­te na obra O cor­po tem suas razões: Anti­gi­nás­ti­ca e cons­ciên­cia de si (Berthe­rat e Bers­tein, 2010), publi­ca­do na Fra­nça em 1976. Nela, é lança­do um olhar sobre a cor­po­rei­da­de asso­cia­da aos afe­tos de modo a evi­den­ciar uma com­po­sição mus­cu­lar capaz de se sua­vi­zar e fle­xi­bi­li­zar. Por isso, os exer­cí­cios pro­pos­tos não se baseiam no esfo­rço, mas na sen­si­bi­li­zação e no rela­xa­men­to.

Os movi­men­tos pro­pos­tos pela anti­gi­nás­ti­ca pau­tam-se na lei­tu­ra e no reconhe­ci­men­to dos limi­tes do cor­po. Eles faci­li­tam a cons­ti­tuição de uma refi­na­da per­ce­pção cor­po­ral, evi­den­cian­do novas zonas de visi­bi­li­da­de. A expe­riên­cia da anti­gi­nás­ti­ca não visa à for­ti­fi­cação mus­cu­lar, pro­cu­ra antes cons­truir um equi­lí­brio que não tem sido alca­nça­do espon­ta­nea­men­te ao lon­go do des­en­vol­vi­men­to humano. Para pro­mo­ver novas com­po­sições cor­po­rais a anti­gi­nás­ti­ca opor­tu­ni­za ati­vi­da­des que dis­cri­mi­nam a relação entre os múscu­los pos­te­rio­res e ante­rio­res. Essas expe­riên­cias levam em con­ta o fato de que, comu­men­te, os múscu­los das cos­tas, por serem prio­ri­tá­rios, inibem os fron­tais. Para a anti­gi­nás­ti­ca, o enri­je­ci­men­to do con­jun­to de múscu­los pos­te­rio­res deco­rre da cro­ni­fi­cação de posições vicio­sas.

Berthe­rat e Bers­tein (2001) seguem expli­can­do que, na medi­da em que os múscu­los ante­rio­res assu­mem uma con­dição coad­ju­van­te em relação aos pos­te­rio­res, eles ficam flá­ci­dos. Os efei­tos des­sa con­dição sobre a com­po­sição glo­bal do cor­po não são facil­men­te per­ce­bi­dos, pois quan­to mais ten­so está o cor­po, menos espaço res­ta para a sen­si­bi­li­da­de. Por­tan­to, ao per­mi­tir ao cor­po um feed­back de seus encur­ta­men­tos e ten­sões, faci­li­ta-se sua malea­bi­li­da­de e trans­for­mação.

Para a anti­gi­nás­ti­ca, o enri­je­ci­men­to e a este­reo­ti­pia dos movi­men­tos têm ori­gem ain­da nos tem­pos de infân­cia. Tais esta­dos podem deco­rrer, por exem­plo, da cro­ni­fi­cação da res­pos­ta do cor­po infan­til ao medo, à angús­tia ou à soli­dão. A recon­fi­gu­ração cor­po­ral per­mi­ti­da pela anti­gi­nás­ti­ca pro­por­cio­na uma sen­sação de uni­da­de deco­rren­te do equi­lí­brio entre as cadeias mus­cu­la­res pos­te­rio­res e ante­rio­res. Como resul­ta­do des­sa con­dição cor­po­ral per­mi­te-se um esta­do de pre­se­nça tenaz, fle­xí­vel e pas­sí­vel de maior ampli­tu­de arti­cu­lar.

As expe­riên­cias de anti­gi­nás­ti­ca são pau­ta­das pelo pres­su­pos­to de que em cada encur­ta­men­to mus­cu­lar exis­te uma his­tó­ria mate­ria­li­za­da. Quan­do os múscu­los são repri­mi­dos pro­duz-se uma ten­são e, ao pas­so que essa con­dição se tor­na coti­dia­na, a ten­são per­ma­ne­ce laten­te. Como resul­ta­do, o cor­po fun­cio­na cro­ni­ca­men­te de modo inse­gu­ro e frag­men­ta­do.

Impor­tan­te salien­tar que nas prá­ti­cas de anti­gi­nás­ti­ca não se exem­pli­fi­ca qual­quer movi­men­to. As expe­riên­cias cor­po­rais não bus­cam a imi­tação ou gene­ra­li­zação de uma per­for­man­ce pré-esta­be­le­ci­da, mas jus­ta­men­te o reconhe­ci­men­to da sin­gu­la­ri­da­de de cada cor­po (Cos­ta, 1999). Nes­se sen­ti­do, não exis­te pro­ble­ma quan­do se “fra­cas­sa” em pro­du­zir qual­quer movi­men­to ou posição, pois não se pre­ten­de impor ao cor­po o que ele ain­da não pode dar. Ou seja, na anti­gi­nás­ti­ca não se tra­ta de trei­nar o cor­po, mas sen­ti-lo, o que impli­ca des­de a espe­ci­fi­ci­da­de do acio­na­men­to de múscu­los e gru­pos mus­cu­la­res “esque­ci­dos” até a ampliação do cor­po como pos­si­bi­li­da­de de conhe­ci­men­to de si, dos outros e do mun­do.

Mindfulness e a disposição para curiosidade e atenção plena

O ter­mo inglês mind­ful­ness não pos­sui uma equi­va­lên­cia exata no por­tu­guês, mas comu­men­te é tra­du­zi­do e con­cei­tua­do por “ate­nção ple­na”. Nes­se sen­ti­do, pode-se com­preen­der mind­ful­ness como um esta­do cognitivo/fisiológico de pre­se­nça aces­sí­vel a qual­quer pes­soa por meio de dife­ren­tes exer­cí­cios de medi­tação. Embo­ra tenha suas ori­gens na reli­gio­si­da­de orien­tal (espe­cial­men­te no Budis­mo), mind­ful­ness con­fi­gu­rou-se atual­men­te numa tera­pêu­ti­ca lai­ca pau­ta­da em pes­qui­sas no cam­po da psi­co­fi­sio­lo­gia.

Des­de 1977, a Asso­ciação Ame­ri­ca­na de Psi­quia­tria estu­da e reco­men­da a uti­li­zação de prá­ti­cas medi­ta­ti­vas. Con­tu­do, pode-se tomar a criação do Cen­tro de mind­ful­ness na Uni­ver­si­da­de de Mas­sa­chu­setts (EUA), pelo neu­ro­cien­tis­ta Jon Kabat-Zinn, como um mar­co para o des­en­vol­vi­men­to de pes­qui­sas cien­tí­fi­cas sobre esse esta­do fisio­ló­gi­co e cog­ni­ti­vo. Isso é espe­cial­men­te váli­do no que diz res­pei­to ao seu efei­to na redução de estres­se e ansie­da­de, como indi­cam Der­ma­zo e Cam­pa­yo (2015).

Mind­ful­ness não é, em si, uma prá­ti­ca medi­ta­ti­va, mas uma con­dição de ate­nção ple­na pos­sí­vel de ser assu­mi­do pelas pes­soas. A asso­ciação entre mind­ful­ness e medi­tação se deve ao fato de diver­sas téc­ni­cas medi­ta­ti­vas serem uti­li­za­das como ins­tru­men­to para se pro­du­zir e man­ter esse esta­do. Algu­mas qua­li­da­des psi­co­fi­sio­ló­gi­cas cons­ti­tuem a base de mind­ful­ness, a prin­ci­pal delas impli­ca a capa­ci­da­de de estar cen­tra­do (opo­sição à dis­tração ou sono­lên­cia) na expe­riên­cia pre­sen­te. Esse esta­do de ate­nção é um exer­cí­cio inten­cio­nal, por isso requer esfo­rço e é pas­sí­vel de ser cons­truí­do por meio de dife­ren­tes prá­ti­cas.

Essa qua­li­da­de de mind­ful­ness se comu­ni­ca com a inten­cio­na­li­da­de da inter­ve­nção em psi­co­mo­tri­ci­da­de jun­to a pes­soas com estres­se e ansie­da­de. Sobre a inter­ve­nção psi­co­mo­to­ra dian­te des­sas con­dições psi­co­fi­sio­ló­gi­cas, Lovi­sa­ro (2012) afir­ma a impor­tân­cia de se pro­mo­ver o enfo­que da pes­soa no aqui e ago­ra e o aban­dono dos atos de des­ate­nção. Por isso, é fun­da­men­tal que esta ati­vi­da­de seja vivi­da na entre­ga total do indi­ví­duo ao fazer, de modo que a ate­nção este­ja ple­na­men­te diri­gi­da para a ação e a dis­tração não encon­tre lugar para se mani­fes­tar.

Na mes­ma direção defen­di­da por Lovi­sa­ro, pes­qui­sas recen­tes em res­so­nân­cia mag­né­ti­ca apon­tam que várias estru­tu­ras cere­brais se trans­for­mam por meio da prá­ti­ca regu­lar de mind­ful­ness. Isso deco­rre basi­ca­men­te do fato do cére­bro ser capaz (em esta­do mind­ful) de “apren­der” outros modos mais efi­ca­zes de inter­agir e res­pon­der dian­te de estí­mu­los inter­nos e exter­nos (Saban, 2015). Para além dis­so, viver a cor­po­rei­da­de repre­sen­ta uma pos­si­bi­li­da­de de alar­gar nos­sa lei­tu­ra de mun­do, na medi­da em que nos desa­fia­mos a viver o mun­do cor­po­ral­men­te, para além dos aspec­tos racio­nais, via de regra, for­ma hege­mô­ni­ca de lei­tu­ra de mun­do.

Em outras pala­vras, ao pra­ti­car mind­ful­ness des­en­vol­ve-se uma lei­tu­ra mais fina das trans­for­mações fisio­ló­gi­cas deco­rren­tes de dife­ren­tes esta­dos afe­ti­vos. Tam­bém des­en­vol­ve-se uma con­dição conhe­ci­da como self obser­va­dor. Nela é pos­sí­vel expe­ri­men­tar um afas­ta­men­to da emoção (por obser­vá-la per­sis­ten­te­men­te e com sere­ni­da­de) e uma maior pos­si­bi­li­da­de de con­tem­plar e pro­du­zir dife­ren­tes res­pos­tas aos for­tes estí­mu­los coti­dia­nos

Impor­tan­te men­cio­nar que mind­ful­ness impli­ca uma con­dição de acei­tação do momen­to pre­sen­te. Não se tra­ta de um esta­do de ostra­cis­mos ou pas­si­vi­da­de, mas uma dis­po­sição para a aber­tu­ra e curio­si­da­de em detri­men­to da insa­tis­fação ou da crí­ti­ca crô­ni­ca. A expe­riên­cia de mind­ful­ness se rela­cio­na inti­ma­men­te com a psi­co­mo­tri­ci­da­de vis­to que uti­li­za recur­sos de feed­back cor­po­ral vol­ta­dos para expe­riên­cias sen­so­riais, emo­cio­nais e cog­ni­ti­vas como recur­sos neces­sá­rios para a manu­te­nção de um esta­do de pre­se­nça aten­to.

Um exem­plo de uma prá­ti­ca de cons­cien­ti­zação psi­co­mo­to­ra uti­li­za­da em mind­ful­ness é o body scan ou esca­nea­men­to cor­po­ral. Nes­sa prá­ti­ca, a ânco­ra da ate­nção se vol­ta para as sen­sações de cada par­te do cor­po que são explo­ra­das detalha­da­men­te. O body scan cons­ti­tui uma expe­riên­cia de feed­back cor­po­ral pois auxi­lia a des­en­vol­ver a sen­si­bi­li­da­de sobre as com­po­sições mus­cu­la­res, tor­nan­do mais fina a lei­tu­ra dos sinais cor­po­rais.

Mind­ful­ness per­mi­te uma alter­na­ti­va ao que Der­ma­zo e Cam­pa­yo (2015) enten­dem ser um padrão de fun­cio­na­men­to cog­ni­ti­vo hege­mô­ni­co na atua­li­da­de: o “modo fazer”. Ela (alter­na­ti­va) impli­ca um esta­do menos narra­ti­vo e mais expe­rien­cial da cons­ciên­cia, que é cha­ma­do de “modo mind­ful” ou “modo ser”.

De modo geral, o “modo fazer” é mar­ca­do pela bus­ca cons­tan­te de metas que impli­ca uma ate­nção per­ma­nen­te­men­te vol­ta­da ao pas­sa­do e ao futu­ro. Esse esta­do cog­ni­ti­vo coti­diano comu­men­te se pau­ta por um con­tí­nuo diá­lo­go interno mar­ca­do pela diva­gação e pela ava­liação clas­si­fi­ca­tó­ria de todos os fenô­me­nos (bom/mau, útil/inútil, agradável/desagradável). Ele ain­da é carac­te­ri­za­do por diva­gações men­tais nas quais se gas­ta gran­de ener­gia com idea­li­zações sobre como os fenô­me­nos pode­riam agra­dar as pes­soas.

Por sua vez, o “modo ser” se apre­sen­ta, como dito, menos narra­ti­vo, pois nele não exis­te uma cons­tan­te pro­cu­ra por metas e, des­sa manei­ra, a men­te não gas­ta tan­ta ener­gia ana­li­san­do dis­cre­pân­cias. O foco vol­ta-se para acei­tar e expe­rien­ciar ple­na­men­te a dinâ­mi­ca atual com paciên­cia. Des­se modo, dimi­nui-se a pres­são para focar a ate­nção em jul­gar e em criar meca­nis­mos dis­per­si­vos dian­te de fenô­me­nos emo­cio­nais des­agra­dá­veis (Der­ma­zo e Cam­pa­yo, 2015).

Evi­den­te­men­te, o fun­cio­na­men­to cog­ni­ti­vo basea­do no “modo fazer” é neces­sá­rio em mui­tos espaços do coti­diano, como fica evi­den­te na pro­dução aca­dê­mi­ca ou mes­mo no con­tex­to de negó­cios. A prá­ti­ca de mind­ful­ness per­mi­te, no entan­to, que seja pos­sí­vel volun­ta­ria­men­te escolher qual modo de fun­cio­na­men­to é mais apro­pria­do em cada con­tex­to. Como resul­ta­do, pode-se alter­nar os esta­dos cog­ni­ti­vos, ora focan­do em pro­ces­sos de ava­liação e con­cei­tua­li­zação, ora obten­do-se maior pro­du­ti­vi­da­de e sere­ni­da­de pelo aden­sa­men­to nas expe­riên­cias coti­dia­nas.

Embo­ra à pri­mei­ra vis­ta o “modo ser” ou “modo mind­ful” pareça ser abs­tra­to, exer­cí­cios medi­ta­ti­vos vol­ta­dos para man­ter o foco da ate­nção em um obje­to interno (res­pi­ração, esta­dos cor­po­rais) ou externo (chei­ros, sons) podem opor­tu­ni­zar essa con­dição. Para tan­to, é neces­sá­rio que tais exer­cí­cios cons­ti­tuam prá­ti­ca regu­lar na roti­na.

Des­se modo, deve-se ter cla­ro que mind­ful­ness não impli­ca em “esva­ziar a men­te”, como popu­lar­men­te se diz; impli­ca antes em num esta­do de entre­ga inte­gral ao momen­to pre­sen­te. Embo­ra os exer­cí­cios de mind­ful­ness pos­sam pro­du­zir algum grau de rela­xa­men­to, o obje­ti­vo é man­ter o esta­do de aler­ta e não o de sono­lên­cia. O prin­ci­pal obs­tácu­lo a ser supe­ra­do é a diva­gação men­tal. Em tem­pos de ace­le­ração, sem dúvi­das, um des­afio do ser peran­te si mes­mo.

Considerações finais

Assim como a psi­co­mo­tri­ci­da­de as expe­riên­cias de anti­gi­nás­ti­ca e de mind­ful­ness per­mi­tem “refi­nar” as per­ce­pções cor­po­rais para expan­dir as pos­si­bi­li­da­des de res­pos­tas emo­cio­nais e com­por­ta­men­tais. Para che­gar a esse obje­ti­vo, o mind­ful­ness e a anti­gi­nás­ti­ca têm pro­du­zi­do um sig­ni­fi­ca­ti­vo reper­tó­rio de téc­ni­cas. É rele­van­te, entre­tan­to, que não se encon­tre na lite­ra­tu­ra cien­tí­fi­ca estu­dos mais apro­fun­da­dos sobre as pos­si­bi­li­da­des e limi­tes das con­tri­buições des­tas pro­pos­tas para as prá­ti­cas psi­co­mo­tri­ci­da­de. Tam­bém não se loca­li­zam estu­dos sobre pos­sí­veis efei­tos de poten­cia­li­zação da expe­riên­cia de anti­gi­nás­ti­ca para o mind­ful­ness e vice-ver­sa.

Atra­vés do “modo ser” é pos­sí­vel, segun­do Kotsou (2015), pro­du­zir uma con­dição cog­ni­ti­va, cor­po­ral, sen­sí­vel etc., enfim, uma con­dição huma­na, mais fle­xí­vel dian­te das emoções inten­sas. Tal fle­xi­bi­li­da­de é alca­nça­da pela obte­nção de uma pers­pec­ti­va mais pano­râ­mi­ca e afas­ta­da dian­te das emoções e seus efei­tos fisio­ló­gi­cos que a prá­ti­ca de mind­ful­ness per­mi­te.

Em resul­ta­do, obtém-se maior poder de escolha em momen­tos crí­ti­cos e maior capa­ci­da­de de usu­fruir de sere­ni­da­de em momen­tos coti­dia­nos. Devi­do a essa pro­prie­da­de da prá­ti­ca de mind­ful­ness, exis­tem estu­dos sobre sua uti­li­zação no con­tex­to da saú­de públi­ca. Por exem­plo, o Sis­te­ma Nacio­nal de Saú­de Inglês tem estu­da­do e apoia­do o uso des­ta prá­ti­ca asso­cia­do à psi­co­te­ra­pia cog­ni­ti­vo com­por­ta­men­tal para tra­ta­men­to de depres­são (Natio­nal Health, 2016).

De modo semelhan­te às prá­ti­cas em psi­co­mo­tri­ci­da­de, a prá­ti­ca de mind­ful­ness impli­ca nos des­ven­cilhar­mos de hábi­tos for­te­men­te con­di­cio­na­dos que nos fazem sen­tir impro­du­ti­vos. Como expos­to, Saban (2015) afir­ma que tal des­ven­cilha­men­to englo­ba supe­rar a neces­si­da­de de com­par­ti­men­tar os acon­te­ci­men­tos entre bons ou ruins.

Tam­bém impli­ca ser capaz de estar sereno dian­te de emoções aver­si­vas, que fazem par­te da vida huma­na, sem inco­rrer-se em modos impul­si­vos de evi­tação. Curio­sa­men­te, ser capaz de viven­ciar ple­na­men­te expe­riên­cias afe­ti­vas dolo­ro­sas pare­ce estar rela­cio­na­do à capa­ci­da­de de apro­vei­tar melhor as expe­riên­cias agra­dá­veis. Colo­ca-se, assim, a pos­si­bi­li­da­de de nos depa­rar­mos com o “impro­du­ti­vo” e com a dor para além do uti­li­ta­ris­mo e do pro­du­ti­vis­mo do mun­do con­tem­po­râ­neo.

Cada conhe­ci­men­to ao seu modo, psi­co­mo­tri­ci­da­de, mind­ful­ness e anti­gi­nás­ti­ca, per­mi­te ampliar pau­la­ti­na­men­te a capa­ci­da­de de cone­xão com sen­ti­dos. Sob ten­são ou rigi­dez o movi­men­to cor­po­ral (sem­pre expres­si­vo) se asse­melha a uma máqui­na execu­to­ra de tare­fas sem reci­pro­ci­da­de com a ação. Nes­sa con­dição, a pes­soa sen­te, por exem­plo, o pé ou ombro enri­je­ci­do, mas não a relação des­tes mem­bros com o res­tan­te do cor­po.

Tal prin­cí­pio se comu­ni­ca com a pro­pos­ta de inter­ve­nção psi­co­mo­to­ra ela­bo­ra­da por Vitor da Fon­se­ca (2008), para quem deve-se pro­por uni­da­de na com­ple­xi­da­de huma­na atra­vés das relações funcionais/disfuncionais e das mani­fes­tações bio­psi­cos­so­ciais. Des­sa for­ma, os exer­cí­cios de psi­co­mo­tri­ci­da­de devem inter­vir nas dissociações/desconexões e per­tur­bações ao lon­go do des­en­vol­vi­men­to.

A expe­riên­cia afe­ti­va resul­tan­te das expe­riên­cias de mind­ful­ness e anti­gi­nás­ti­ca se apro­xi­ma de um rela­xa­men­to na medi­da em que o cor­po encon­tra res­pos­tas aos enri­je­ci­men­tos dor­sais e cer­vi­cais. Nes­se pro­ces­so, comu­men­te cons­trói-se um sin­gu­lar equi­lí­brio do tônus mus­cu­lar e, ain­da, da res­pi­ração. Ao per­mi­tir com­preen­der vícios e falhas na per­ce­pção de si, a expe­riên­cia pro­mo­ve uma cons­ciên­cia inte­gra­da sobre o cor­po, ou seja, uma potên­cia da pró­pria cons­ciên­cia cor­po­ral. Com isso, per­mi­te a pro­dução de res­pos­tas mais cria­ti­vas, efi­ca­zes e autên­ti­cas. O cor­po não esque­ce as expe­riên­cias, mas é pos­sí­vel recon­fi­gu­rar o efei­to des­sas memó­rias na sua com­po­sição.

As expe­ri­men­tações em anti­gi­nás­ti­ca se pau­tam nas micros­sen­si­bi­li­da­des des­en­vol­vi­das sobre os múscu­los pou­co deman­da­dos no coti­diano. Assim como nas expe­riên­cias de psi­co­mo­tri­ci­da­de, os movi­men­tos fomen­ta­dos pela anti­gi­nás­ti­ca não são embru­te­ci­dos. Antes, cada órgão, cada múscu­lo, é per­ce­bi­do em sua função e nas sen­sações que pro­mo­ve. A ideia é mobi­li­zar as fibras mus­cu­la­res para gerar com­po­sições har­mô­ni­cas dura­dou­ras.

Embo­ra esse arti­go con­cei­tue as prá­ti­cas de mind­ful­ness e anti­gi­nás­ti­ca em comu­ni­cação com a psi­co­mo­tri­ci­da­de, deve-se ter em men­te que todos esses cam­pos de conhe­ci­men­to não podem ser apro­pria­dos pela sim­ples aqui­sição de con­cei­tos. As três áreas pres­su­põem além de estu­do teó­ri­co um con­ta­to expe­rien­cial e prá­ti­cas regu­la­res como meio de apro­priação. 

Martha Lovi­sa­ro (2012), reconhe­ci­da psi­co­mo­tri­cis­ta bra­si­lei­ra, afir­ma a impor­tân­cia de novos padrões com­por­ta­men­tais se cons­ti­tuí­rem a par­tir da cons­ciên­cia cor­po­ral. Ela toma como exem­plo os pro­ces­sos res­pi­ra­tó­rios, aos quais estão liga­dos o medo, a rai­va, frus­tração e tédio. Sen­ti­men­tos esses pas­sí­veis de ser com­preen­di­dos para além da sua pre­ten­sa nega­ti­vi­da­de, mas como pos­si­bi­li­da­des de movi­men­to na com­preen­são da pró­pria des­adap­tação, tor­nan­do as pes­soas menos angus­tia­das e mais res­pon­sá­veis pela melho­ra.

Psi­co­mo­tri­ci­da­de, mind­ful­ness e anti­gi­nás­ti­ca cons­truí­ram inter­ve­nções alta­men­te espe­cia­li­za­das, mas os pro­fis­sio­nais des­sas áreas pode­riam se bene­fi­ciar de uma sis­te­ma­ti­zação rigo­ro­sa das pos­sí­veis comu­ni­cações de cada cam­po em relação ao outro. As três expe­riên­cias cons­ti­tuem, ain­da, esté­ti­cas pau­ta­das na cons­trução de sen­si­bi­li­da­des sobre a pró­prio movi­men­to, bus­can­do tor­nar o cor­po uma mora­dia acolhe­do­ra. Acolhi­do, o cor­po se abre para usu­fruir novas com­po­sições e novas per­ce­pções.

Referências

Bertherat, T. e Berstein, C. (2001). Correio do corpo: novas vias da Antiginástica. 2. ed. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.

Bertherat, T. e Berstein, C. (2010). O corpo tem suas razões: Antiginástica e consciência de si. 21. ed. São Paulo, Brasil: Martins Fontes.

Costa, E. M. B. (1999). O corpo feminino no encontro com a Antiginástica. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Educação Física) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física da São Paulo. 217f.

Dermazo, M. e Campayo, J. G. C. (2015). Manual prático – Mindfulness: curiosidade e aceitação. São Paulo, Brasil: Palas Athenas.

Fonseca, V. (2008). Terapia psicomotora. Petrópolis, Brasil: Vozes.

Kotsou, I. (2015). Caderno de exercícios de atenção plena. Petrópolis, Brasil: Vozes.

Lovisaro, M. (2012). Psicomotricidade e estresse. Em FERNANDES, J. M G. A. e FILHO, P. J. B G. (eds.). Psicomotricidade: abordagens emergentes. (58-71). Taubaté, Brasil: Manole.

National Health (2016). Depression in adults: recognition and management. URL disponível em: https://www.nice.org.uk/guidance/CG90

Pereira, E. D. B. (2014). Manifestação da psicomotricidade em técnicas de educação corporal e somática da atualidade. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, 14(2), 75-84.

Saban, M. T. (2015). Introdução à terapia de aceitação e compromisso. 2. ed. Belo Horizonte, Brasil: Artesã.

Notas

1. Psi­có­lo­go do Ins­ti­tu­to Fede­ral San­ta Cata­ri­na – Câm­pus Cha­pe­có. E‑mail: alanpanizzi@gmail.com.

2. Pro­fes­sor do Depar­ta­men­to de Psi­co­lo­gia – gra­duação e Pro­gra­ma de Pós-Gra­duação em Psi­co­lo­gia – da Uni­ver­si­da­de Fede­ral de São João del-Rei. E‑mail: celsotondin@ufsj.edu.br.

3. Pro­fes­sor do Pro­gra­ma de Pós-Gra­duação em Ciên­cias da Saú­de e do Pro­gra­ma de Pós-Gra­duação em Edu­cação da Uni­ver­si­da­de Comu­ni­tá­ria da Região de Cha­pe­có. E‑mail: rrezer@unochapeco.edu.br.

4. O ter­mo “cor­po­rar” se jus­ti­fi­ca pela pers­pec­ti­va dinâ­mi­ca que este arti­go pro­põe sobre a cor­po­rei­da­de, ou seja, uma con­dição cons­tan­te­men­te pas­sí­vel de ser trans­for­ma­da e recon­fi­gu­ra­da median­te as expe­riên­cias vitais.